Françoise Dolto, apresenta a partir desse aforisma que uma criança pode suportar ouvir coisas que seus pais acreditam não poder falar, pois estariam cometendo erros em sua criação, que o dizer poderia afetar seu filho a ponto de prejudica-lo, uma preocupação legitima dos pais. Entretanto, o não dizer não estabelece uma conexão simbólica para criança, isto é, por mais triste, jocoso ou desmoralizante que seja o assunto não permite que a criança possa lidar com a legitimidade dos fatos. 


Para ilustrar tal questão, Dolto se refere a um caso, na qual,  a mãe de um garotinho não queria dizer a ele que sua avó, mãe dela, ganhava a vida e consequentemente a sustentou a partir do trabalho de acompanhante, isto era para a mãe do garoto algo difícil de lidar. Ademais, era muito triste para essa mãe ter ciência de sua própria origem, mesmo que sua mãe tenha sido  bacana e que a sustentou como conseguiu. Desse modo, os fatos poderão se instalar como uma divida, uma falta na criança enquanto tal conflito não se desvencilhar em palavras.